Mais de 9,7 milhões têm deficiência auditiva no País. Em 2002, Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como oficial
No último dia 26 de setembro, foi
comemorado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Auditiva. A data
foi criada em 2008 e alerta para as barreiras de acessibilidade que
ainda afligem os portadores de deficiência auditiva.
Segundo o Censo de 2010 realizado pelo
IBGE, 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Desses, 2.147.366
milhões apresentam deficiência auditiva severa, situação em que há uma
perda entre 70 e 90 decibéis (dB). Cerca de um milhão são jovens até 19
anos.
No Brasil, os surdos só começaram a ter
acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II, que
criou a primeira escola de educação de meninos surdos, em 26 de setembro
de 1857, na antiga capital do País, o Rio de Janeiro.
Hoje, no lugar da escola funciona o
Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). Por isso, a data foi
escolhida como Dia do Surdo. Além de receber estudantes, a instituição
também forma professores desde 1951.
Contudo, foi somente em 2002, por meio
da sanção da Lei n° 10.436, que a Língua Brasileira de Sinais (Libras)
foi reconhecida como segunda língua oficial no País. São
consideradas pessoas com deficiência auditiva aquelas com perda
bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais.
A legislação determinou também que deve
ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de
apoiar o uso e difusão de Libras como meio de comunicação objetiva.
A surdez pode ser tanto adquirida quanto
hereditária. Infecções contraídas durante a gestação, além de remédios e
drogas podem provocar má-formações no sistema auditivo do bebê. Além
disso, infecções e traumatismos cranianos também podem levar crianças à
desenvolverem a surdez. Na idade adulta, acidentes de trânsito e de
trabalho podem desencadear o quadro.
https://www.youtube.com/watch?v=yPuVbprAWDk
Desafios
A acessibilidade para surdos ainda é um
desafio. Essa parcela da população ainda enfrenta dificuldades para
conseguir realizar atividades cotidianas. A professora de Libras Renata
Rezende, que é surda, diz que um dos principais problemas é a falta de
intérpretes. Para ela, a presença desses profissionais deve ser
obrigatória.
“A minha maior dificuldade em conviver com os ouvintes no âmbito da sociedade, é, por exemplo, um seminário, uma palestra, onde não tenha a
presença de intérprete da língua de sinais, nós temos uma dificuldade de
saber o que está sendo dito. Por exemplo, se na faculdade não tem
intérprete, nós também temos essa dificuldade”, relatou.
Contudo, ela ressalta que nos hospitais
os problemas são ainda mais graves. ”Às vezes, as palavras do médico são
muito técnicas, e isso fica muito confuso. Tenho de explicar para o
médico que eu consigo ler, ele tem de escrever para mim. Ele pode passar
um remédio que eu tenha algum tipo de alergia, eu tenho de ter bastante
atenção. Uma atenção sempre redobrada quando eu vou ao hospital e
principalmente nesse âmbito da saúde”, afirmou Renata.
Fonte:Portal Brasil
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